sexta-feira, 24 de abril de 2009

Postura de Vida: Monogâmico Radical

A declaração acima foi dada pelo ator Guilherme Berenguer para a revista TPM, Trip em versão feminina, desse mês.

Confesso ter sentido um certo conforto ao ler sua declaração, principalmente porque ultimamente, talvez coincidentemente, eu tenho escutado muitas histórias de traições de pessoas que se amam, se "respeitam" e não acreditam em fidelidade em relacionamentos amorosos.

Sempre que converso sobre isso com meus amigos, fico assustada e, para me tranquilizar, eles dizem que "comigo é diferente"... Tá bom!

Ou as pessoas ao meu redor defendem que ninguém está livre da traição, passiva ou ativa, ou elas traem, eu sei, mas elas não falam sobre isso e, quando falam, defendem a mesma ideia que eu, que é possível, sim, manter um relacionamento sem trair! Pasmem! É incrível como as pessoas não se importam de dizer mentiras, principalmente quando o assunto é esse.

Só que a forma com que ele disse, a forma com que fez essa declaração, acabou transformando o assunto em algo que ignora todas as defesas que possam ter a favor disso. "Tem a ver com postura de vida", mas é claro! É tão claro, que se não fosse verdade, os relacionamentos extras seriam acordados no início do namoro/casamento.

Concordo com ele, sou monogâmica radical e acredito, sim, que tenha a ver com estilo de vida. Desejos, todo mundo tem. O que as pessoas não entendem é que isso não tem a ver com satisfazer seus desejos, mas sim com priorizá-los!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

C a s a m e n t o

Fomos a um casamento nesse sábado, de um amigão meu. Inclusive, fui madrinha junto com outro super amigo. Foi ótimo. Além das companhias, do meu lindo e vários dos meus amigos mais íntimos, foi ótimo por outros motivos.

Quando estávamos na igreja, em diversos momentos comparei situações e as palavras do padre com momentos que eu vivo em minha própria vida. A primeira vez foi quando ele entrou na igreja, acompanhado de sua mãe. Lembrei de quando nos conhecemos, das tantas horas que conversávamos sobre nossos relacionamentos, de todas as namoradas que ele teve antes dela e de todos os namorados que eu tive antes do lindão.

Lembrei das nossas prioridades, do que achávamos importante num relacionamento. E percebi que sempre fomos muito parecidos nas nossas escolhas. E no sábado estávamos ali, ele em um dos momentos mais importantes da sua vida e eu, lembrando do dia em que eu mesma disse sim.

Deu tudo certo. Tanto para ele, como para mim. Fizemos as coisas com calma, escolhemos a dedo, só quando percebemos que seria impossível encontrar alguém no mundo que amaríamos mais, que resolvemos dar esse passo grande.

Quando o padre começou a falar e mencionou o quanto era importante que as pessoas casadas aproveitassem o momento para refazer seus votos, refiz os meus, em silêncio. E agradeci a Deus, mais uma vez, por tudo o que aconteceu na minha vida depois que eu conheci o lindão. E, principalmente, por ter conhecido o lindão.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Telefone sem fio


No início, o projeto era exatamente esse. Reunir histórias de pessoas que conheço, para que pudessem compor esse blog. Agora, a primeira delas. São minhas palavras, em histórias alheias. O amor, no final das contas, não é universal?

“Por você, guardei em meu coração as feridas mais profundas, para que eu pudesse mantê-lo vivo dentro de mim. E, nas horas mais difíceis, quando desejei que você não existisse mais no mesmo mundo que eu, soube transformar o amor em água e o ódio em óleo para que você permanecesse aqui, como sempre esteve.”

“Escalei montanhas geladas, enfrentei a solidão, caminhei em trilhas de pregos, com os pés no chão. Minha alma sempre a flutuar se você invadia meus pensamentos. E nunca me preocupei com a utopia que berrava enquanto o sangue escorria pelo chão, deixando marcas que narravam sem palavras minha devoção.”

“Quando o conheci, descobri um amor valente, que não teme portas fechadas e que enfrentaria a eternidade por acreditar em si próprio, quando não lhe resta nada mais a se prender.”

“Aprendi que amor real é sempre eterno. Por isso, aprendi a viver e conviver com todos os pesares que a vida me entrega para que eu possa continuar amando você. O que poucas pessoas entendem é que não sou refém do meu coração, mas ele, sim, é meu. Eu o amo porque permito, eu penso em você porque decido e a única coisa que não posso controlar é a física que nos separa por desejos seus.”

quarta-feira, 15 de abril de 2009

T.O.C. ou sensibilidade


Tem gente que tem mania de fazer tudo igual sempre, de conferir se fechou a porta três vezes, de voltar em casa sempre que chega na garagem para ver se não deixou o ferro ligado ou as luzes acesas e que dão a volta no quarteirão duas vezes, mesmo que tenha uma vaga logo no início, porque acha que precisa fazer isso.

Tem gente que tem mania de fazer tudo igual sempre, de conferir se fechou a porta porque sabe que a deixou aberta, de voltar em casa sempre que chega na garagem porque tem certeza que deixou o gás e o ferro ligados e que dão a volta no quarteirão duas vezes, porque percebeu que tinha o carro estranho que não saía da cola e queria ter certeza que ele não a estava seguindo.

Tem gente que é um pouquinho de cada. Ontem estava atualizando os próximos eventos na minha agenda e escrevi que ia ser aniversário do meu irmão. E ia ser também do meu pai. E aí me dei conta de que eu não tinha colocado o aniversário da minha mãe na agenda – porque no início do ano ainda não a estava usando. Fui lá e coloquei. Por bem, achei que tinha que colocar o do meu outro irmão e do meu marido e dos meus melhores amigos. Ou seja, fiquei 30 minutos, só colocando aniversários na agenda.

Às vezes, quando escrevo no diário, me pego falando da vida de todo mundo ao meu redor, menos da minha. Como se, um tempo depois, ao ler meus próprios relatos, eu fosse compreender o que estava sentindo e pensando de acordo com os acontecimentos alheios.

E, nos dias que passam mais rápidos, eu fico o resto da noite olhando para o relógio, numa tentativa que constantemente resulta em fracasso de fazer o tempo parar. Ou, pelo menos, andar mais devagar.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Crashing


Eu vejo você enquanto dorme e penso que não há nada no mundo que possa prendê-lo a mim. Você é da Terra e ninguém pode mudar isso. Por mais que eu quisesse que fosse meu, ainda dependeria do que você escolhesse! E aí eu penso: mas eu não quero que você seja meu, quero somente seu amor. Porque ele me entregaria você, simples assim.

Mas não é assim que as coisas funcionam. Eu tenho seu amor, mas não tenho você.

E eu olho para seus pés, suas pernas, seu peito, seu rosto e um sorriso sai sem que você perceba. E penso no quanto queria que tudo isso fosse só meu. Ah, se eu pudesse colocar tudo dentro de uma caixinha, menor que meu coração para que ela pudesse caber lá dentro.

E aí eu lembro de todo o tempo que passamos separados durante os dias comuns, nas pessoas que você conhece, nas pessoas que eu conheço, penso nas coisas que escuta na rua, o que ignora e o que absorve. Penso nas situações que você vive, nos lugares por que passa. E penso que é bom que você não seja meu. Porque sendo assim só seu você se torna uma pessoa muito mais interessante.

São dois mundos, ao invés de um só. São quatro olhos, quatro ouvidos, dois corações.

Não é muito mais interessante, afterall?

Eu escolho sermos dois. Eu escolho assim porque as coisas têm ido bem assim. Eu escolho assim porque dessa forma você pode ser você, eu posso ser eu e eu posso continuar desejando que você seja meu porque você é constantemente surpreendente. O que deixaria de ser se ficasse aqui preso no meu coração. Acho que por isso te soltei.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Me falta paixão


Ontem estava lembrando de quando eu era criança e esquecia quando brigava com alguma coleguinha na escola. Chegava de manhã toda proza e quando ia me aproximar, sentia o clima estranho e só depois de alguns minutos me perguntando por que havia sido tratada daquela maneira que me lembrava da briga no dia anterior.

Hoje consigo entender melhor o porquê do esquecimento e porque, até hoje, não consigo levar adianta discussões e mágoas. Ou a pessoa se afasta de vez ou o problema é rapidamente resolvido. Não me lembro, nem naquela época, nem agora, de ter cultivado uma discussão por longa data.

Me falta paixão! As brigas com amigos, pais, irmãos, namorados e afins, são vistas com olhos diferentes por minha parte. Não avalio bem a intensidade, pois sempre acho que, não importa o que esteja sendo discutido, não é nada que não possa ser resolvido, diante do amor que sinto pela pessoa em questão.

Se eu tenho um ponto de visto, o exponho, a pessoa não concorda. Discutimos na hora e no dia seguinte eu aprendo a conviver com isso. Porque, para mim, não importa se o mundo discorda do que penso. Enquanto eu não conseguir entender o que está errado no meu pensamento, não vou conseguir muda-lo.

E, no final das contas, eu não me importo mesmo.

Talvez passe uma imagem ruim, de quem não se importa para a pessoa. Ou, na outra ponta do iceberg, de quem não luta por suas convicções. De uma forma ou de outra, gostaria que fosse diferente.

Apesar de julga-los tanto, gostaria de ter extremos de vez em quando. De amar demais, de odiar algo ou alguém. Gostaria de defender até o fim alguma ideia, com suor, com lágrimas, com força.

Mas, mesmo quando se trata das coisas e das pessoas que mais amo, acabo encontrando uma maneira mais simples e preta e branca de resolver as coisas.

Briguei com uma pessoa. Ela expôs sua opinião, eu expus a minha. Não concordamos. Ela disse que um dia poderíamos conversar sobre isso. Acho “um dia” algo muito vago e, hoje, depois de algumas semanas, o assunto já não tem mais importância para mim.

Se eu tivesse um pouco mais de paixão dentro de mim, talvez buscasse respostas, explicações, mesmo que o preço fossem outras brigas. Mas tudo o que sinto é a vontade de ignorar essa situação, mesmo que o preço seja o silêncio mútuo.

domingo, 12 de abril de 2009

Memórias


O tempo é um ótimo remédio. Uma das frases mais clichês que ouvimos por aí, principalmente quando queremos esquecer coisas. Mas e quando não queremos esquecer? Será que ele também é o melhor remédio? Ou tem efeito contrário?

Algumas coisas parecem estar sumindo da minha cabeça, contra a minha vontade. Às vezes tenho relances, lembro de ocasiões, que me fazem perceber quantas coisas eu já esqueci. Que agora só o meu cérebro tem o controle, sozinho, como se fôssemos dois, separados. Ele e eu.

Eu lembro de pessoas, de manhãs, de noites, de lugares. Mas, de repente, é como se houvesse muito mais, em um lugar que minha vontade não consegue alcançar. Tenho que esperar até que as imagens apareçam novamente na minha frente.

Tão nova, mas já passei por tantas estradas diferentes. Até mesmo por estradas em que nunca estive... conheço. Sinto falta de coisas que passaram, de coisas que poderiam ter acontecido, mas que nunca aconteceram e nunca mais vão acontecer.

Lembro da goiabeira, lembro das ladeiras, lembro do mar azul escuro à minha frente, do frio, do céu colorido e das pessoas. Mas não lembro de tudo.

Just say it

Existe uma sensação que poucas pessoas experimentaram na vida e, provavelmente muito poucas experimentarão durante toda sua existência. Quando você toma uma atitude, se colocando no centro das atenções, em uma posição humilhante, de propósito, com um objetivo: antecipar a verdade, porque você sabe que será doloroso quando ela vier à tona.

Após esse ato de coragem, muita coragem, você percebe que mudou por completo a situação. Agora, ao invés de se sentir mal, tem uma sensação inexplicavelmente prazerosa, como se tivesse tirado um peso de 1 tonelada do seu corpo. Você chega a achar que as cores estão mais fortes e que os tons abertos sobressaem aos escuros.

O sorriso no rosto das pessoas passa a ser contemplado por mais tempo do que as bocas fechadas e as palavras soam como música. Você nunca pensou que seria tão bom falar a verdade assim, nua e crua, com todos os detalhes, para não restar dúvidas.

Se não tivesse dito, se tivesse optado por guardar o segredo, passaria todo o tempo pensando no que aconteceria se as pessoas descobrissem, no que falaria, em quais desculpas usaria para se defender. Pensaria constantemente nas pessoas que ama, no que elas achariam de tudo, se o entenderiam. E, mesmo quando não estivesse pensando, estaria com aquele peso nas costas, pois o subconsciente sempre sabe quando tem alguma coisa errada.

É uma linha tão tênue que separa uma situação da outra, que muitas pessoas não conseguem decidir em que lado devem ficar, mesmo com toda as vantagens de uma e as desvantagens de outra.

Eu já tive meu momento. E, desde então, atravesso a linha todas as vezes que acho necessário.

sábado, 11 de abril de 2009

Quanto mais engraçado, melhor

Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha apontou que, na visão das mulheres, homens engraçados são mais inteligentes. Eles também são os preferidos no quesito "longo relacionamento" e são considerados mais honestos.

Um humor de qualidade, de fato requer, no mínimo, perspicácia, qualidade encontrada em maior quantidade em homens inteligentes. Ou espertos. Por mais que existam diferenças significantes entre inteligentes e espertos, no final das contas, os dois são atraentes.

Mas a questão do humor realmente chama atenção. Poucos homens conseguem ser engraçados. Piadas, todos fazem, mas piadas vulgares não são consideradas, até porquê quem ri delas são os próprios homens. A piada tem que ser feita num contexto, independente de qual seja, para ser validada como inteligente.

E, convenhamos, ele pode ser inteligente, esperto, engraçado, cheiroso, bonito, mas um defeito é capaz de colocar tudo a perder. Vamos supor que ele seja tudo isso ao mesmo tempo, mas seja metido... Ou seja convencido... ou não tenha noção de quando parar...

Um homem é interessante quando tem qualidades e sabe dosá-las. Não precisamos conhecer todas elas de uma só vez, mas se descobrimos cada uma delas, em cada momento diferente, fica muito mais interessante. Principalmente se, entre um dia e outro, não surgem defeitos graves, como infidelidade, mentira, falta de higiene, arrogância, intolerância...

Mas vale a pesquisa. Sabendo que consideramos os mais engraçados, mais inteligentes e mais honestos. Além disso, eles têm chance de levar um relacionamento sério por mais tempo. Já é meio caminho andado. O resto, a gente vê depois.

domingo, 5 de abril de 2009

Heart

Alguns momentos das últimas semanas me fizeram perceber que a maior parte das dores que nós sentimos não é no coração. A garganta é o alvo principal, seguida do intestino, passando pelos olhos, braços e pulmão.

Quando alguém grita, quando alguém chora, entra em pânico, fica em estado de choque, ouve um não, aceita um sim... eu consigo perceber o nó que se forma na garganta. É como se duas mãos de um homem forte estivessem estrangulando o pescoço, cara uma girando para um lado, disputando força, disputando espaço.

Em uma situação onde somos pegos de surpresa, quando acntece o inimaginável, quando acontece o que não queríamos que acontecesse, o intestino é atacado. Cólicas são os primeiros sintomas e, muitas vezes, as coisas ficam só na dor. Como se já fosse o bastante para expressar o momento de agonia.

Algumas vezes, as emoções são tão fortes, que os músculos começam a se contrair, como se o fizessem em vontade própria. E os braços, mais fracos, começam a doer. Um cansaço toma conta do seu corpo e a sensação é de queda, mesmo que você esteja em pé. Em pé, como nunca esteve antes.

O pulmão é atacado porque a queda do corpo que não cai é tão brusca que nos deixa sem ar. Eles param de funcionar, como se uma pedra caísse em cima deles após horas em um mar sem fim.

E os olhos...? Os olhos choram, enquanto o coração continua batendo, forte e saudável.