segunda-feira, 30 de novembro de 2009

T h E m

Eles são exemplo para mim. Ele, que enquanto todo mundo achava que ela não valia a pena porque sempre ficou com todo mundo e era considerada "dada" demais, quis ficar com ela mesmo assim, sem se importar com tudo o que tinha acontecido antes, porque ele sabia que a vida com ela era no "hoje em diante". Ela, que deu um basta no namoro, mesmo ainda gostando dele, porque a única coisa que ele causava a ela era sofrimento. Amor nenhum sobrevive a uma verdade tão cruel. Ela, que esperou dois anos que ele voltasse de viagem com o mesmo amor e planos e projetos e carinho de quando o deixou no aeroporto e ele, que a abraçou como se fosse o primeiro abraço, que a beijou com os lábios mais apaixonados que poderia, que ajoelhou-se e agradeceu por ela estar ali ainda. Ela, que conseguiu dizer tudo o que sentia por ele, sem medo do que ele pudesse lhe dizer de volta e que sabia que ficaria feliz só de se expressar. Ele, que no meio da viagem, parou tudo o que estava fazendo, para ir até o Central Park deixar um bilhetinho num local que ninguém acharia, só ela, e ninguém pegaria, só ela, na próxima vez que estivesse na cidade. Ela, que algum tempo depois foi ao Central Park e em meio aos ventos que cortavam seu rosto no frio absurdo do inverno de Nova York, procurou o bilhetinho até encontrar e teve ali o seu momento mais feliz da viagem! Ele, que mesmo por anos separado dela, acredita ainda na chance da volta, porque não acredita que Deus o deixaria amar alguém assim sem ser correspondido. Ele, que foi ao jogo do time que mais detesta só para que ela pudesse conhecer o Maracanã. Ela, que atravessou o país e encontrou cidades que nem aparecem no mapa, para poder fazer uma surpresa para ele numa aldeia. Ela, que ultrapassou preconceitos, passou por humilhações, aguentou as piores situações da sua vida, sustentada no amor que sentia por ele, que não a abandonou em nenhum desses momentos e esteve ali para ela, tanto quanto ela esteve para ele. Ele, que chorou na frente de centenas de pessoas porque não aguentou ver o amor da sua vida com outra pessoa e não teve vergonha de falar para ela ou para quem quisesse ouvir, que a amava e que não queria perdê-la daquela forma. E ela, que, mesmo depois de um tempo, não teve vergonha de voltar atrás e tentar encontrar sua nova chance. Eles, que conseguiram passar por cima disso e de muitas outras coisas para ficarem juntos. Ela, que pulou de asa-delta mesmo com medo de altura porque ele não tinha coragem de pular sozinho. Ele, que ficou 10 dias no hospital, sem dormir, porque não queria deixá-la sozinha e queria estar acordado quando ela abrisse os olhos.

Para os que não acreditam no futuro da humanidade, um aviso. O que não falta são histórias de amor.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Don't tell me, but be honest

Analisando de fora, eu diria que tudo está saindo dentro do previsto na minha vida. Como sempre foi. Acredito que mesmo os momentos difíceis significam coisas boas. Na maior parte dos casos, crescimento. Quando eu era adolescente, minha mãe tentava sempre me alertar quando via que eu ia sofrer e eu dizia para ela "deixa eu ir para onde eu tenho que ir, porque eu só vou aprender assim, vivendo". Mesmo nova, eu já estava a par de uma das maiores verdades que aprendi até hoje.

Com a minha mania de tentar entender tudo o que acontece, de encontrar razão para as emoções, os aprendizados de hoje - e quando eu digo hoje eu quero dizer um longe tempo que marca a "época" de agora - têm sido bastante difíceis. Tenho me deparado com conceitos contraditórios.

Não são só conceitos, são os principais conceitos. E não é só contradição, é CONTRADIÇÃO, uma coisa sem sentido, sem fundamento.

Todo mundo mente. E quando eu digo todo mundo eu quero realmente dizer todo mundo. Cada um com seus motivos e todo mundo acha que seus motivos são sempre bons o suficiente. Dignos o suficiente. Em muitas ocasiões é difícil falar a verdade, porque sempre se sai perdendo alguma coisa. E as pessoas não querem perder.

Eu sempre fui muito contra a mentira. Apesar de saber que minto, sei também que evito ao máximo a mentira, desde as menores até as maiores. Sempre avalio as consequências, da verdade e da mentira, sempre penso nos dois lados e posso dizer com certeza que, nas mentiras maiores, em 99% dos casos, opto pela verdade, considerando o 1% só para não ser radical.

Mas dia desses, no momento em que eu fui mais sincera, a desconfiança sobre mim aumentou. Eu acredito tanto na força desses dois conceitos, de verdade e liberdade, que estou até agora tentando entender como pode uma coisa dessas acontecer. Como é injusto e como é errado, mas como é real.

É como se eu estivesse sem chão, porque se as coisas são assim, eu não sei mais como agir, não sei mais o que é certo e o que é errado, o que é legal e o que não é. É como se a dúvida dessas duas definições colocassem em xeque todos os outros conceitos que eu carrego comigo e que parecem ser tão coerentes, sensatos.

Pode parecer que esse texto não se encaixa nesse blog. Mas só eu sei o quanto de sentimento tem nessas palavras.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009