quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Valentine's Day! 2010!

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Hoje é dia de cortar cabelo


Eu sei, não é só comigo. Muitas mulheres cortam o cabelo quando querem dizer alguma coisa... ou quando passaram por alguma fase, ou querem passar. É o meu primeiro sintoma. Mas não é sempre. Não é possível que eu tenha passado mais de dois anos sem querer dizer nada ou não ter passado por alguma fase ou não ter tido vontade de passar. Mas é quase esse o tempo do meu limite: dois anos. Acho que isso também não é privilégio meu. O limite de muitas pessoas dura dois anos.

Talvez, como num mergulho bem dado, todas as mágoas, lágrimas, energias negativas, pesadas, gritos, foras, grosserias, maldades, ciúmes, egoísmos, tenham ficado nos fios cortados, nos fios sem vida, nos fios secos, nos fios sem cor. E, sem as bruxas, as princesas sempre são mais princesas.

Quase todas as resoluções de ano novo estão prontas. Eu devo admitir, amo segunda-feira, janeiro, 6am, amo começos! É como se eles me inspirassem, como se fossem sempre uma nova chance de fazer direito! Pode ser que, no fundo, no fundo, eu ame mesmo as terças e domingos, 6pm e dezembro... mas isso só seria descoberto por uma terapeuta freudiana. Enquanto isso, ninguém me tira o prazer das primeiras horas, primeiros dias e primeiros meses!

As resoluções não são muito diferentes de 2009, 2008, 2007... talvez um pouco mais realistas somente.

As coisas boas continuam acontecendo, paralelamente à cruel realidade, que continuamos tendo sucesso em ignorar! Ainda bem! Que seja assim em 2010!

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Dois Barcos


Los Hermanos
Composição: Marcelo Camelo


Quem bater primeira dobra do mar
Dá de lá bandeira qualquer
Aponta pra fé e rema

É, pode ser que a maré não vire
Pode ser do vento vir contra o cais
E se já não sinto teus sinais
Pode ser da vida acostumar

Será, Morena?
Sobre estar só, eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?

Doce o mar, perdeu no meu cantar (x 2)

Só eu sei
Nos mares por onde andei
Devagar
Dedicou-se mais
O acaso a se esconder
E agora o amanhã, cadê?

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Open heart


Eu fecho os meus olhos e imagino nós dois, descalços, na praia, à noite, dançando, sem música, com uma brisa batendo nos meus cabelos e você segurando minha cintura levemente. Eu penso que, nesse momento, somos só nós dois, sem angústias, sem medos, sem mágoas. Essa cumplicidade que eu vejo, esse amor ... eu não tenho dúvida. Nenhum amor no mundo é mais puro, mais real e mais bonito.

E aí eu penso que depois de dançarmos, nós vamos até o mar, de mãos dadas e sentimos a água fria batendo nos nossos pés. A lua ilumina o horizonte e atrás da gente os holofotes da praia iluminam a areia. Mas continuamos sozinhos.

Tudo o que eu quero é esquecer. Mas eu não consigo parar de lembrar. Quando você está aqui, as coisas são mais fáceis. E eu não sei dizer porquê. Acho que entendi o que eu queria dizer quando falava que você era meu porto seguro. Agora faz mais sentido do que sempre fez.

Às vezes eu penso que não adianta fazer drama e ergo a cabeça, penso nas coisas boas, penso na sorte, nos aprendizados... E esqueço, por algum tempo. Mas de repente me pego com lágrimas nos olhos e se você me perguntar eu não sei nem explicar o motivo, diante de tanta coisa que passa pela minha cabeça.

E aí eu tento voltar naquele pensamento que me faz flutuar. E eu penso novamente que eu queria que você estivesse aqui, para que meus sonhos pudessem se tornar realidade.

É engraçado pensar que, antes de acontecer tudo o que aconteceu, eu pensei que queria que fôssemos mais parceiros. Tem alguns casais que eu conheço que vão correr juntos. Outros se tornaram adeptos da mesma religião. Tem também aqueles que ficam super amigos dos amigos do outro. E nós somos tão unidos sempre, mas eu pensei que queria que fôssemos mais parceiros.

Só que involuntariamente, tudo o que eu penso sobre nós dois agora, penso que fui eu quem não fez certo. E sabe que essa é a verdade... Independente do momento em que isso está sendo dito. Eu sei que eu não me dediquei o quanto você gostaria e que demorou e custou caro para que eu entendesse o que você estava pedindo de mim.

E tudo o que eu desejo agora é que você esteja perto, para que eu possa compensar tudo o que eu deixei passar. Todas as palavras que eu pensei em dizer e não disse, todas as coisas que eu pensei em fazer, mas não fiz.

E parece mais uma vez que eu transformei tudo num grande drama. Mas eu abriria mão dele, se ele abrisse mão de mim.

Aí eu limpo a minha mente de tudo o que vem. Ela fica em branco, por assim dizer. E eu penso que o que realmente importa é que eu amo você, que você me ama e que eu posso fazer tudo certo agora, que as coisas podem ser diferentes, melhores.

Só que o medo volta. Porque o fato de você não parecer abalado com o que aconteceu me assusta. Porque eu acho que você está, mas você não consegue ver. E se isso fosse verdade, isso significaria também que talvez eu tenha ido além do limite. E talvez você não tenha me perdoado de verdade. E talvez tenha sido demais, demais para você aceitar, demais para o seu amor suportar.

E aí eu respiro fundo, fecho os olhos e tento focar na nossa praia, no nosso vento e no sorriso no seu rosto. Quem sabe as coisas não sejam mais simples do que me parecem...

Se faz diferença, eu faço questão de dizer que eu não tenho dúvida, nunca tive, que eu sou uma pessoa melhor quando estou com você. Faço questão de dizer que eu acredito muito que somos um casal especial, especial de verdade. Faço questão de dizer que, se antes eu já tinha dito que eu faria qualquer coisa para consertar possíveis danos que eu tenha causado, agora isso vale ainda mais, se é que é possível.

E aí eu penso. Não precisava de tudo isso. Bastava dizer... Eu te amo!

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

T h E m

Eles são exemplo para mim. Ele, que enquanto todo mundo achava que ela não valia a pena porque sempre ficou com todo mundo e era considerada "dada" demais, quis ficar com ela mesmo assim, sem se importar com tudo o que tinha acontecido antes, porque ele sabia que a vida com ela era no "hoje em diante". Ela, que deu um basta no namoro, mesmo ainda gostando dele, porque a única coisa que ele causava a ela era sofrimento. Amor nenhum sobrevive a uma verdade tão cruel. Ela, que esperou dois anos que ele voltasse de viagem com o mesmo amor e planos e projetos e carinho de quando o deixou no aeroporto e ele, que a abraçou como se fosse o primeiro abraço, que a beijou com os lábios mais apaixonados que poderia, que ajoelhou-se e agradeceu por ela estar ali ainda. Ela, que conseguiu dizer tudo o que sentia por ele, sem medo do que ele pudesse lhe dizer de volta e que sabia que ficaria feliz só de se expressar. Ele, que no meio da viagem, parou tudo o que estava fazendo, para ir até o Central Park deixar um bilhetinho num local que ninguém acharia, só ela, e ninguém pegaria, só ela, na próxima vez que estivesse na cidade. Ela, que algum tempo depois foi ao Central Park e em meio aos ventos que cortavam seu rosto no frio absurdo do inverno de Nova York, procurou o bilhetinho até encontrar e teve ali o seu momento mais feliz da viagem! Ele, que mesmo por anos separado dela, acredita ainda na chance da volta, porque não acredita que Deus o deixaria amar alguém assim sem ser correspondido. Ele, que foi ao jogo do time que mais detesta só para que ela pudesse conhecer o Maracanã. Ela, que atravessou o país e encontrou cidades que nem aparecem no mapa, para poder fazer uma surpresa para ele numa aldeia. Ela, que ultrapassou preconceitos, passou por humilhações, aguentou as piores situações da sua vida, sustentada no amor que sentia por ele, que não a abandonou em nenhum desses momentos e esteve ali para ela, tanto quanto ela esteve para ele. Ele, que chorou na frente de centenas de pessoas porque não aguentou ver o amor da sua vida com outra pessoa e não teve vergonha de falar para ela ou para quem quisesse ouvir, que a amava e que não queria perdê-la daquela forma. E ela, que, mesmo depois de um tempo, não teve vergonha de voltar atrás e tentar encontrar sua nova chance. Eles, que conseguiram passar por cima disso e de muitas outras coisas para ficarem juntos. Ela, que pulou de asa-delta mesmo com medo de altura porque ele não tinha coragem de pular sozinho. Ele, que ficou 10 dias no hospital, sem dormir, porque não queria deixá-la sozinha e queria estar acordado quando ela abrisse os olhos.

Para os que não acreditam no futuro da humanidade, um aviso. O que não falta são histórias de amor.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Don't tell me, but be honest

Analisando de fora, eu diria que tudo está saindo dentro do previsto na minha vida. Como sempre foi. Acredito que mesmo os momentos difíceis significam coisas boas. Na maior parte dos casos, crescimento. Quando eu era adolescente, minha mãe tentava sempre me alertar quando via que eu ia sofrer e eu dizia para ela "deixa eu ir para onde eu tenho que ir, porque eu só vou aprender assim, vivendo". Mesmo nova, eu já estava a par de uma das maiores verdades que aprendi até hoje.

Com a minha mania de tentar entender tudo o que acontece, de encontrar razão para as emoções, os aprendizados de hoje - e quando eu digo hoje eu quero dizer um longe tempo que marca a "época" de agora - têm sido bastante difíceis. Tenho me deparado com conceitos contraditórios.

Não são só conceitos, são os principais conceitos. E não é só contradição, é CONTRADIÇÃO, uma coisa sem sentido, sem fundamento.

Todo mundo mente. E quando eu digo todo mundo eu quero realmente dizer todo mundo. Cada um com seus motivos e todo mundo acha que seus motivos são sempre bons o suficiente. Dignos o suficiente. Em muitas ocasiões é difícil falar a verdade, porque sempre se sai perdendo alguma coisa. E as pessoas não querem perder.

Eu sempre fui muito contra a mentira. Apesar de saber que minto, sei também que evito ao máximo a mentira, desde as menores até as maiores. Sempre avalio as consequências, da verdade e da mentira, sempre penso nos dois lados e posso dizer com certeza que, nas mentiras maiores, em 99% dos casos, opto pela verdade, considerando o 1% só para não ser radical.

Mas dia desses, no momento em que eu fui mais sincera, a desconfiança sobre mim aumentou. Eu acredito tanto na força desses dois conceitos, de verdade e liberdade, que estou até agora tentando entender como pode uma coisa dessas acontecer. Como é injusto e como é errado, mas como é real.

É como se eu estivesse sem chão, porque se as coisas são assim, eu não sei mais como agir, não sei mais o que é certo e o que é errado, o que é legal e o que não é. É como se a dúvida dessas duas definições colocassem em xeque todos os outros conceitos que eu carrego comigo e que parecem ser tão coerentes, sensatos.

Pode parecer que esse texto não se encaixa nesse blog. Mas só eu sei o quanto de sentimento tem nessas palavras.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

domingo, 25 de outubro de 2009

All you have to do is take the first step ?



Todos os dias eu me surpreendo. Tudo parecia ser tão mais certo antes, tão mais simples. E a cada dia, uma nova descoberta. As coisas podem ser ainda mais diferentes. Quando a gente fala sobre certezas, sobre “eu nunca” ou sobre “eu sou”, não temos ideia do que está por vir.

Há alguns dias eu bati com o carro e fiquei pensando no quanto eu queria poder voltar atrás, no quanto eu queria não ter saído com pressa e não estar falando no celular. Depois disso, eu tento prever tudo o que está por vir. E a cada tentativa, eu percebo que é impossível. Porque existe a situação para a qual você se prepara e existe aquela que realmente acontece.

E mesmo sabendo que as coisas vão acontecer sem que eu esteja preparada, eu fico pensando nas situações e tentando prever cada segundo, cada momento. Imagino as coisas que eu faria, que eu falaria, que optaria. Parece simples no planejamento, até o primeiro passo ser dado diferente e nada acontece como eu imaginava que fosse acontecer.

O que é ótimo... ou o que pode ser ótimo. Não é bom se surpreender? Sempre é bom se surpreender. Às vezes é um pouco assustador, mas no geral, acho que é bom, na essência. É bom, na essência.

Mas o que a gente faz depois que a gente percebe tudo isso? Não se posiciona mais? Porque você pode mudar de opinião, mas mudar de opinião sempre não é legal. E os princípios? E todos os conceitos que a gente tem na cabeça? Eles podem mudar? É certo? É bom?

Quando alguém fala “tudo o que você precisa fazer é dar o primeiro passo”, essa pessoa não tem ideia da importância do primeiro passo. Porque, para quem acredita em escolhas que mudam todos os caminhos, como eu acredito, o primeiro passo pode ser a melhor coisa, na mesma proporção que ele pode ser a pior.

Para algumas pessoas é muito simples; c’est La vie. Para mim pode ser assim também. Se fosse só eu no mundo. Mas é muito comodismo demais pensar que a vida é assim, então não tem nada que a gente possa fazer a respeito.

Mesmo sendo muita coisa para eu absorver, eu me sinto bem por isso. Por saber que eu não sei nada e que, mesmo aprendendo todos os dias, sempre vai ter alguma coisa nova, alguma situação na qual eu não vou ter a menor ideia do que é melhor ou pior fazer, do que é certo ou errado. E vai ser assim, supreendente.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Cornerstone - Arctic Monkeys

domingo, 11 de outubro de 2009

Peixinho


Todos os dias, milhões, bilhões de pessoas no mundo desejam isso. E o que fazem as que conseguem? Será que elas sabem o quanto isso é precioso? Nesse oceado gigantesco, ser o peixinho escolhido? Não por alguém, mas pelo amor!
Porque quem ama ou já amou alguém, sabe o quanto é bom ter esse sentimento dentro de si, mesmo sem ser correspondido. É como se o sentimento o completasse, fizesse a sua vida ter sentido. Ok, nesse momento, os "pós-modernistas", como diria minha professora de Comportamento do Consumidor, diriam que eu estou completamente equivocada, que é possível se sentir completo sem amar alguém.
Como saber? Muitas vezes a gente só percebe que tinha alguma coisa faltando, quando encontramos o que estava faltando. Não é assim? Eu fico feliz de ser um peixinho pescado. Não me sinto especial por isso, mais especial que ninguém, mas sinto um bem estar que só eu mesma posso explicar.
Quando você ama, você passa a acreditar. Você muda sua vida, não só no relacionamento a dois, na paixão, mas em tudo. As coisas começam a dar certo e não è à toa, é porque você acredita. Você é tomado por uma emoção boa, gostosa, parece que tudo é possível, que você é muito mais capaz do que imaginava. E aí você dá o próximo passo, mesmo no escuro. O que vier, é lucro. E geralmente é lucro mesmo.
Com coração partido ou não, se desiludindo ou não, sempre é bom amar. E vai ser difícil encontrar alguém que diga o contrário. É melhor sentir o machucado do que não ter corpo para sentir. Com o amor é assim que acontece também.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Us





"Us"


They made a statue of us
And it put it on a mountain top
Now tourists come and stare at us
Blow bubbles with their gum
Take photographs have fun, have fun

They'll name a city after us
And later say it's all our fault
Then they'll give us a talking to
Then they'll give us a talking to
Because they've got years of experience
We're living in a den of thieves
Rummaging for answers in the pages
We're living in a den of thieves
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious

We wear our scarves just like a noose
But not 'cause we want eternal sleep
And though our parts are slightly used
New ones are slave labor you can keep

We're living in a den of thieves
Rummaging for answers in the pages
We're living in a den of thieves
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious

They made a statue of us
They made a statue of us
The tourists come and stare at us
The sculptor's marble sends regards
They made a statue of us
They made a statue of us
Our noses have begun to rust
We're living in a den of thieves
Rummaging for answers in the pages
Were living in a den of thieves

And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious
And it's contagious

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

This is not a love story, this is a story about love


Quando vi o trailler do filme 500 days of summer quis ver de imediato. Mesmo que a chamada dissesse que não é uma história de amor, mas uma história sobre o amor, eu quis assistir. Afinal de contas, conteúdo sobre o amor sempre é interessante, seja feliz ou triste, longo ou curto, antigo e moderno. E não foi diferente com 500 dias com ela, pode não ter sido um monte de coisa, mas foi um filme interessante.

Chorei.

Não é uma história de amor, realmente. O filme mostra exatamente o que acontece na vida real: nós temos total controle e consciência de que nos apaixonamos e nos "desapaixonamos" todos os dias. Que o fato de mudarmos de opinião, mudarmos nossos gostos, mudarmos nossas visões, faz com que deixemos de amar uma pessoa e passemos a amar outra. É tão óbvio, não é?

Mas, ao mesmo tempo, mostra que não adianta saber de tudo isso! Há coisas sobre o amor e sobre a vida que vão além dessa razão tão ridicularmente óbvia! Você um dia encontra alguém que quer passar o resto da vida junto! E, mesmo que saiba que existe a possibilidade de não acontecer, de um dia, de repente, um dos dois não estar mais apaixonado, você não se importa! Quer aproveitar aquele sentimento de suportar a eternidade porque ela te faz feliz, afinal de contas!

Acho que é o filme ideal para quem está com o coração partido. Porque diferente do que essas pessoas acham - as que estão com o coração partido -, isso acontece com todo mundo e a vida continua. É, continua, sim! E, quando você menos espera, está se apaixonando de novo. E tudo fica colorido novamente, os pássaros voltam a cantar, a vida volta a ter trilha sonora do Cake e deixa Elton John de lado.

Saber de tudo isso cura a dor de um coração partido? É claro que não! Mas não é muito melhor curtir o sofrimento sabendo que há uma luz no fim do túnel? Afinal de contas, a vida não termina com Summer. Autumn, Winter e Spring têm muito o que nos mostrar também!

terça-feira, 22 de setembro de 2009

t.r.u.t.h.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

E.m.o.ç.õ.e.s

O telefone toca
Seu coração dispara
É engano
Ufa
Toca novamente
Será que você consegue viver com a desilusão de mais um engano? <-- pergunta com vários, vários, vários sentidos
A ansiedade é maior que o medo
Você corre e tenta controlar a respiração para atender
É ele
Ele quer encontrar você, fazer qualquer programa junto
Você diz "tudo bem", como quem não se importa muito <-- é ridículo isso, mas está tão 'entranhado' em nós, meninas dessa sociedade machista, que agimos assim naturalmente

Ele chega antes, quando você sai do táxi o avista
O coração dispara novamente
Ele vem ao seu encontro
...
...
Chegou
Te puxa, segura pela cintura e lhe dá um beijo, de cinema
A outra mão segura seu pescoço, por baixo do cabelo
Depois passa o braço pelos seus ombros e vocês caminham até a mesa

terça-feira, 1 de setembro de 2009

L_o_n_e_l_y

When you first left me I was wanting more
But you were fucking that girl next door, what cha do that for (what cha do that for)
When you first left me I didn't know what to say
I never been on my own that way, just sat by myself all day

I was so lost back then
But with a little help from my friends
I found a light in the tunnel at the end
Now you're calling me up on the phone
So you can have a little whine and a moan
And it's only because you're feeling alone

At first when I see you cry,
yeah it makes me smile, yeah it makes my smile
At worst I feel bad for a while,
but then I just smile I go ahead and smile

Whenever you see me you say that you want me back
And I tell you it don't mean jack, no it don't mean jack
I couldn't stop laughing, no I just couldn't help myself
See you messed up my mental health I was quite unwell

I was so lost back then
But with a little help from my friends
I found a light in the tunnel at the end
Now you're calling me up on the phone
So you can have a little whine and a moan
And it's only because you're feeling alone

At first when I see you cry,
yeah it makes me smile, yeah it makes my smile
At worst I feel bad for a while,
but then I just smile I go ahead and smile

At first when I see you cry,
yeah it makes me smile, yeah it makes my smile
At worst I feel bad for a while,
but then I just smile I go ahead and smile

Lily Allen

M*e*m*o*r*i*e*s


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por que sentimos frio na barriga em momentos de alta tensão?

Essa sensação é resultado da ativação de estruturas cerebrais que fazem parte de um circuito neural, responsável pelo processamento das emoções de medo. Uma das estruturas cerebrais ligadas a esse tipo de processamento é a amígdala, que por sua vez, estimula a liberação de adrenalina, um hormônio que sinaliza o corpo para a luta ou para a fuga. Esse preparo inclui a dilatação da pupila, taquicardia e redistribuição do sangue que sai das vísceras para os músculos. É por essa razão que a pessoa tensa tem a sensação de frio na barriga.

Quem responde: Li Li Min, professor associado do departamento de Neurologia da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas.

Publicado na revista Viva Saúde, edição 76, de agosto.

sábado, 25 de julho de 2009

Lembra quando vc era teen?

Eu sempre lembro de quantas confusões me meti quando era adolescente. Brigas com namorados, troca de namorados, confusões de sentimentos, mágoas que nunca curaram, mágoas que nunca curarão, traições, festas, beijos... Era ótimo o tempo que se podia brincar de aprender a ética do relacionamento a dois.

Porque foi naquela época que eu aprendi como se deve terminar um namoro, como se deve falar que se está gostando de outra pessoa, tentando magoar o menos possível, mas ainda assim sendo sincera, aliás, foi naquela época que eu aprendi que sinceridade demais não é o caminho mais correto nesses casos.

Foi ali também que eu aprendi que a pessoa não é sua, que você não é dele e que ninguém é de ninguém. Devemos, antes de tudo, amor e respeito a nós mesmos.

Aprendi também que se você não gosta de alguém que gosta de você, não é correto ficar com a pessoa só para se divertir. Uma das coisas mais feias a respeito disso é não valorizar os sentimentos do próximo, seja ele quem for.

Se a gente está confusa, e isso vale para ontem, hoje e sempre, não temos o direitor de iludir ninguém. Temos que descobrir sozinha o caminho que devemos seguir e depois, cedo ou tarde, correr atrás do que queremos.

Aprendi que traição é traição em qualquer idade e que o pior dela é o tempo que se perde acreditando em mentiras, perda para os dois lados, mas é sempre pior para quem é traído.

Não posso esquecer de mencionar a importância de não se discutir relação na frente de outras pessoas, por mais íntimas que elas sejam!! Não tem coisa mais agoniante e constrangedora!

É mais ou menos isso... se alguém se lembra de alguma outra coisa que aprendeu naquela época, ou em qualquer outra época da vida, fique à vontade para falar!

terça-feira, 14 de julho de 2009

Falando Sério...

Hoje rolou um papo no escritório sobre músicas do Roberto Carlos que marcaram algum momento da sua vida. E foi aí que conseguimos uma explicação lógica para pessoas de todas as idades gostarem tanto do Rei. Todo mundo tinha alguma música na ponta da língua e podia descrever o porque dela ter sido, ou ser, especial.

Pensei em algumas que marcaram minha vida em momentos diferentes. Mas essa aqui foi a mais recente, que marcou minha vida há 5 anos, quando eu conheci o Igor. Ele me enrolava de um lado e eu ficava cantando essa música sozinha por horas e horas pensando em nós dois. Quem imaginaria que cinco anos depois estaríamos casados, felizes e nos amando tanto!

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Invasões

Afinal de contas, o amor impede paixões? Porque nós amamos, nos entregamos, nos deliciamos e somos eternamente de um só coração? A paixão não pede licença e pode ser, sim, muito imoral. Ela não quer saber se corações têm donos, porque ela não lida com corações. Ela lida com corpo, com o calor que sai dos nossos poros e com o cheiro que exalamos sem sentirmos.

Quanto à intimidade, a paixão deixa isso para o amor. Quanto à devoção, a paixão não se importa com ela, deixa isso para o amor. Quanto à lealdade, a paixão não quer lealdade, ela é poligâmica, ela é de todos, ela deixa isso para o amor.

O amor carrega o peso da culpa de ser único, enquanto a paixão é promíscua, praticamente uma meretriz. Ela vive dos momentos de paz da alma e invade quartos habitados por corpos livres de sentimentos alheios.

A paixão é irritante, porque ela permanece no pensamento, ela agonia, ela angustia, ela é ansiosa, quer tudo imediato e ignora todos os limites do que realmente faz sentido.

A paixão é um orgasmo constante, é o susto, é o êxtase. Imagine você, que a paixão pode ser tão invasiva, como um susto de dois minutos de duração. Não há quem aguente por tanto tempo...

Ela não se importa de mudar de par, contanto que continue a existir. Seu melhor parceiro é o amor e, nesse caso, casamentos são felizes. Seu maior pesadelo é a rejeição. E nesse caso, nem queira saber...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Love is blind

Durante muitos anos a frase "o amor é cego" não fez o menor sentido para mim. Eu sempre acreditei que as pessoas só não viam o que não queriam. Elas ignoravam situações, ocasiões e pressentimentos se não quisessem o sofrimento de admití-los. Hoje eu olho para tudo isso que sempre pensei, para todas as coisas que aconteceram e acontecem comigo e eu vejo que não é bem assim que a banda toca.

Quando você ama, você perdoa. Perdoa mesmo quando não quer perdoar, porque você acha que é a coisa mais justa a fazer. Quando você ama, você transforma as hipóteses em realidade porque acredita na gama de possibilidades que seu cérebro disponibiliza. Quando você ama, você acredita, acredita mesmo quando não faz sentido, acredita mesmo quando não acredita porque "sente" que deve acreditar.

E você acha que as coisas boas devem superar as coisas ruins, que o que aconteceu de ruim não é tão bom quanto o que aconteceu de bom. Aquele dia que ele mentiu? Não é nada perto do dia que viram o sol nascer juntos. O dia que ele brigou com você na frente de todo mundo? Não é nada perto daqueles dias de férias na praia.

Quando você ama, o perfeito está mais próximo de existir e todas as sequências lógicas do seu cérebro não funcionam, se perdem como um shuttle.

Mas se você ama, se você realmente ama, você não sabe do que eu estou falando. Porque essas coisas não acontecem com você. Essas coisas só acontecem com quem está apaixonado. Porque, no final das contas, eu estou certa. A frase não faz mesmo o menor sentido. A paixão é cega, como diziam os mais velhos, cega, surda e muda. Diferente do amor, que é superior a isso.

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Postura de Vida: Monogâmico Radical

A declaração acima foi dada pelo ator Guilherme Berenguer para a revista TPM, Trip em versão feminina, desse mês.

Confesso ter sentido um certo conforto ao ler sua declaração, principalmente porque ultimamente, talvez coincidentemente, eu tenho escutado muitas histórias de traições de pessoas que se amam, se "respeitam" e não acreditam em fidelidade em relacionamentos amorosos.

Sempre que converso sobre isso com meus amigos, fico assustada e, para me tranquilizar, eles dizem que "comigo é diferente"... Tá bom!

Ou as pessoas ao meu redor defendem que ninguém está livre da traição, passiva ou ativa, ou elas traem, eu sei, mas elas não falam sobre isso e, quando falam, defendem a mesma ideia que eu, que é possível, sim, manter um relacionamento sem trair! Pasmem! É incrível como as pessoas não se importam de dizer mentiras, principalmente quando o assunto é esse.

Só que a forma com que ele disse, a forma com que fez essa declaração, acabou transformando o assunto em algo que ignora todas as defesas que possam ter a favor disso. "Tem a ver com postura de vida", mas é claro! É tão claro, que se não fosse verdade, os relacionamentos extras seriam acordados no início do namoro/casamento.

Concordo com ele, sou monogâmica radical e acredito, sim, que tenha a ver com estilo de vida. Desejos, todo mundo tem. O que as pessoas não entendem é que isso não tem a ver com satisfazer seus desejos, mas sim com priorizá-los!

segunda-feira, 20 de abril de 2009

C a s a m e n t o

Fomos a um casamento nesse sábado, de um amigão meu. Inclusive, fui madrinha junto com outro super amigo. Foi ótimo. Além das companhias, do meu lindo e vários dos meus amigos mais íntimos, foi ótimo por outros motivos.

Quando estávamos na igreja, em diversos momentos comparei situações e as palavras do padre com momentos que eu vivo em minha própria vida. A primeira vez foi quando ele entrou na igreja, acompanhado de sua mãe. Lembrei de quando nos conhecemos, das tantas horas que conversávamos sobre nossos relacionamentos, de todas as namoradas que ele teve antes dela e de todos os namorados que eu tive antes do lindão.

Lembrei das nossas prioridades, do que achávamos importante num relacionamento. E percebi que sempre fomos muito parecidos nas nossas escolhas. E no sábado estávamos ali, ele em um dos momentos mais importantes da sua vida e eu, lembrando do dia em que eu mesma disse sim.

Deu tudo certo. Tanto para ele, como para mim. Fizemos as coisas com calma, escolhemos a dedo, só quando percebemos que seria impossível encontrar alguém no mundo que amaríamos mais, que resolvemos dar esse passo grande.

Quando o padre começou a falar e mencionou o quanto era importante que as pessoas casadas aproveitassem o momento para refazer seus votos, refiz os meus, em silêncio. E agradeci a Deus, mais uma vez, por tudo o que aconteceu na minha vida depois que eu conheci o lindão. E, principalmente, por ter conhecido o lindão.

quinta-feira, 16 de abril de 2009

Telefone sem fio


No início, o projeto era exatamente esse. Reunir histórias de pessoas que conheço, para que pudessem compor esse blog. Agora, a primeira delas. São minhas palavras, em histórias alheias. O amor, no final das contas, não é universal?

“Por você, guardei em meu coração as feridas mais profundas, para que eu pudesse mantê-lo vivo dentro de mim. E, nas horas mais difíceis, quando desejei que você não existisse mais no mesmo mundo que eu, soube transformar o amor em água e o ódio em óleo para que você permanecesse aqui, como sempre esteve.”

“Escalei montanhas geladas, enfrentei a solidão, caminhei em trilhas de pregos, com os pés no chão. Minha alma sempre a flutuar se você invadia meus pensamentos. E nunca me preocupei com a utopia que berrava enquanto o sangue escorria pelo chão, deixando marcas que narravam sem palavras minha devoção.”

“Quando o conheci, descobri um amor valente, que não teme portas fechadas e que enfrentaria a eternidade por acreditar em si próprio, quando não lhe resta nada mais a se prender.”

“Aprendi que amor real é sempre eterno. Por isso, aprendi a viver e conviver com todos os pesares que a vida me entrega para que eu possa continuar amando você. O que poucas pessoas entendem é que não sou refém do meu coração, mas ele, sim, é meu. Eu o amo porque permito, eu penso em você porque decido e a única coisa que não posso controlar é a física que nos separa por desejos seus.”

quarta-feira, 15 de abril de 2009

T.O.C. ou sensibilidade


Tem gente que tem mania de fazer tudo igual sempre, de conferir se fechou a porta três vezes, de voltar em casa sempre que chega na garagem para ver se não deixou o ferro ligado ou as luzes acesas e que dão a volta no quarteirão duas vezes, mesmo que tenha uma vaga logo no início, porque acha que precisa fazer isso.

Tem gente que tem mania de fazer tudo igual sempre, de conferir se fechou a porta porque sabe que a deixou aberta, de voltar em casa sempre que chega na garagem porque tem certeza que deixou o gás e o ferro ligados e que dão a volta no quarteirão duas vezes, porque percebeu que tinha o carro estranho que não saía da cola e queria ter certeza que ele não a estava seguindo.

Tem gente que é um pouquinho de cada. Ontem estava atualizando os próximos eventos na minha agenda e escrevi que ia ser aniversário do meu irmão. E ia ser também do meu pai. E aí me dei conta de que eu não tinha colocado o aniversário da minha mãe na agenda – porque no início do ano ainda não a estava usando. Fui lá e coloquei. Por bem, achei que tinha que colocar o do meu outro irmão e do meu marido e dos meus melhores amigos. Ou seja, fiquei 30 minutos, só colocando aniversários na agenda.

Às vezes, quando escrevo no diário, me pego falando da vida de todo mundo ao meu redor, menos da minha. Como se, um tempo depois, ao ler meus próprios relatos, eu fosse compreender o que estava sentindo e pensando de acordo com os acontecimentos alheios.

E, nos dias que passam mais rápidos, eu fico o resto da noite olhando para o relógio, numa tentativa que constantemente resulta em fracasso de fazer o tempo parar. Ou, pelo menos, andar mais devagar.

terça-feira, 14 de abril de 2009

Crashing


Eu vejo você enquanto dorme e penso que não há nada no mundo que possa prendê-lo a mim. Você é da Terra e ninguém pode mudar isso. Por mais que eu quisesse que fosse meu, ainda dependeria do que você escolhesse! E aí eu penso: mas eu não quero que você seja meu, quero somente seu amor. Porque ele me entregaria você, simples assim.

Mas não é assim que as coisas funcionam. Eu tenho seu amor, mas não tenho você.

E eu olho para seus pés, suas pernas, seu peito, seu rosto e um sorriso sai sem que você perceba. E penso no quanto queria que tudo isso fosse só meu. Ah, se eu pudesse colocar tudo dentro de uma caixinha, menor que meu coração para que ela pudesse caber lá dentro.

E aí eu lembro de todo o tempo que passamos separados durante os dias comuns, nas pessoas que você conhece, nas pessoas que eu conheço, penso nas coisas que escuta na rua, o que ignora e o que absorve. Penso nas situações que você vive, nos lugares por que passa. E penso que é bom que você não seja meu. Porque sendo assim só seu você se torna uma pessoa muito mais interessante.

São dois mundos, ao invés de um só. São quatro olhos, quatro ouvidos, dois corações.

Não é muito mais interessante, afterall?

Eu escolho sermos dois. Eu escolho assim porque as coisas têm ido bem assim. Eu escolho assim porque dessa forma você pode ser você, eu posso ser eu e eu posso continuar desejando que você seja meu porque você é constantemente surpreendente. O que deixaria de ser se ficasse aqui preso no meu coração. Acho que por isso te soltei.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Me falta paixão


Ontem estava lembrando de quando eu era criança e esquecia quando brigava com alguma coleguinha na escola. Chegava de manhã toda proza e quando ia me aproximar, sentia o clima estranho e só depois de alguns minutos me perguntando por que havia sido tratada daquela maneira que me lembrava da briga no dia anterior.

Hoje consigo entender melhor o porquê do esquecimento e porque, até hoje, não consigo levar adianta discussões e mágoas. Ou a pessoa se afasta de vez ou o problema é rapidamente resolvido. Não me lembro, nem naquela época, nem agora, de ter cultivado uma discussão por longa data.

Me falta paixão! As brigas com amigos, pais, irmãos, namorados e afins, são vistas com olhos diferentes por minha parte. Não avalio bem a intensidade, pois sempre acho que, não importa o que esteja sendo discutido, não é nada que não possa ser resolvido, diante do amor que sinto pela pessoa em questão.

Se eu tenho um ponto de visto, o exponho, a pessoa não concorda. Discutimos na hora e no dia seguinte eu aprendo a conviver com isso. Porque, para mim, não importa se o mundo discorda do que penso. Enquanto eu não conseguir entender o que está errado no meu pensamento, não vou conseguir muda-lo.

E, no final das contas, eu não me importo mesmo.

Talvez passe uma imagem ruim, de quem não se importa para a pessoa. Ou, na outra ponta do iceberg, de quem não luta por suas convicções. De uma forma ou de outra, gostaria que fosse diferente.

Apesar de julga-los tanto, gostaria de ter extremos de vez em quando. De amar demais, de odiar algo ou alguém. Gostaria de defender até o fim alguma ideia, com suor, com lágrimas, com força.

Mas, mesmo quando se trata das coisas e das pessoas que mais amo, acabo encontrando uma maneira mais simples e preta e branca de resolver as coisas.

Briguei com uma pessoa. Ela expôs sua opinião, eu expus a minha. Não concordamos. Ela disse que um dia poderíamos conversar sobre isso. Acho “um dia” algo muito vago e, hoje, depois de algumas semanas, o assunto já não tem mais importância para mim.

Se eu tivesse um pouco mais de paixão dentro de mim, talvez buscasse respostas, explicações, mesmo que o preço fossem outras brigas. Mas tudo o que sinto é a vontade de ignorar essa situação, mesmo que o preço seja o silêncio mútuo.

domingo, 12 de abril de 2009

Memórias


O tempo é um ótimo remédio. Uma das frases mais clichês que ouvimos por aí, principalmente quando queremos esquecer coisas. Mas e quando não queremos esquecer? Será que ele também é o melhor remédio? Ou tem efeito contrário?

Algumas coisas parecem estar sumindo da minha cabeça, contra a minha vontade. Às vezes tenho relances, lembro de ocasiões, que me fazem perceber quantas coisas eu já esqueci. Que agora só o meu cérebro tem o controle, sozinho, como se fôssemos dois, separados. Ele e eu.

Eu lembro de pessoas, de manhãs, de noites, de lugares. Mas, de repente, é como se houvesse muito mais, em um lugar que minha vontade não consegue alcançar. Tenho que esperar até que as imagens apareçam novamente na minha frente.

Tão nova, mas já passei por tantas estradas diferentes. Até mesmo por estradas em que nunca estive... conheço. Sinto falta de coisas que passaram, de coisas que poderiam ter acontecido, mas que nunca aconteceram e nunca mais vão acontecer.

Lembro da goiabeira, lembro das ladeiras, lembro do mar azul escuro à minha frente, do frio, do céu colorido e das pessoas. Mas não lembro de tudo.

Just say it

Existe uma sensação que poucas pessoas experimentaram na vida e, provavelmente muito poucas experimentarão durante toda sua existência. Quando você toma uma atitude, se colocando no centro das atenções, em uma posição humilhante, de propósito, com um objetivo: antecipar a verdade, porque você sabe que será doloroso quando ela vier à tona.

Após esse ato de coragem, muita coragem, você percebe que mudou por completo a situação. Agora, ao invés de se sentir mal, tem uma sensação inexplicavelmente prazerosa, como se tivesse tirado um peso de 1 tonelada do seu corpo. Você chega a achar que as cores estão mais fortes e que os tons abertos sobressaem aos escuros.

O sorriso no rosto das pessoas passa a ser contemplado por mais tempo do que as bocas fechadas e as palavras soam como música. Você nunca pensou que seria tão bom falar a verdade assim, nua e crua, com todos os detalhes, para não restar dúvidas.

Se não tivesse dito, se tivesse optado por guardar o segredo, passaria todo o tempo pensando no que aconteceria se as pessoas descobrissem, no que falaria, em quais desculpas usaria para se defender. Pensaria constantemente nas pessoas que ama, no que elas achariam de tudo, se o entenderiam. E, mesmo quando não estivesse pensando, estaria com aquele peso nas costas, pois o subconsciente sempre sabe quando tem alguma coisa errada.

É uma linha tão tênue que separa uma situação da outra, que muitas pessoas não conseguem decidir em que lado devem ficar, mesmo com toda as vantagens de uma e as desvantagens de outra.

Eu já tive meu momento. E, desde então, atravesso a linha todas as vezes que acho necessário.

sábado, 11 de abril de 2009

Quanto mais engraçado, melhor

Uma pesquisa realizada na Grã-Bretanha apontou que, na visão das mulheres, homens engraçados são mais inteligentes. Eles também são os preferidos no quesito "longo relacionamento" e são considerados mais honestos.

Um humor de qualidade, de fato requer, no mínimo, perspicácia, qualidade encontrada em maior quantidade em homens inteligentes. Ou espertos. Por mais que existam diferenças significantes entre inteligentes e espertos, no final das contas, os dois são atraentes.

Mas a questão do humor realmente chama atenção. Poucos homens conseguem ser engraçados. Piadas, todos fazem, mas piadas vulgares não são consideradas, até porquê quem ri delas são os próprios homens. A piada tem que ser feita num contexto, independente de qual seja, para ser validada como inteligente.

E, convenhamos, ele pode ser inteligente, esperto, engraçado, cheiroso, bonito, mas um defeito é capaz de colocar tudo a perder. Vamos supor que ele seja tudo isso ao mesmo tempo, mas seja metido... Ou seja convencido... ou não tenha noção de quando parar...

Um homem é interessante quando tem qualidades e sabe dosá-las. Não precisamos conhecer todas elas de uma só vez, mas se descobrimos cada uma delas, em cada momento diferente, fica muito mais interessante. Principalmente se, entre um dia e outro, não surgem defeitos graves, como infidelidade, mentira, falta de higiene, arrogância, intolerância...

Mas vale a pesquisa. Sabendo que consideramos os mais engraçados, mais inteligentes e mais honestos. Além disso, eles têm chance de levar um relacionamento sério por mais tempo. Já é meio caminho andado. O resto, a gente vê depois.

domingo, 5 de abril de 2009

Heart

Alguns momentos das últimas semanas me fizeram perceber que a maior parte das dores que nós sentimos não é no coração. A garganta é o alvo principal, seguida do intestino, passando pelos olhos, braços e pulmão.

Quando alguém grita, quando alguém chora, entra em pânico, fica em estado de choque, ouve um não, aceita um sim... eu consigo perceber o nó que se forma na garganta. É como se duas mãos de um homem forte estivessem estrangulando o pescoço, cara uma girando para um lado, disputando força, disputando espaço.

Em uma situação onde somos pegos de surpresa, quando acntece o inimaginável, quando acontece o que não queríamos que acontecesse, o intestino é atacado. Cólicas são os primeiros sintomas e, muitas vezes, as coisas ficam só na dor. Como se já fosse o bastante para expressar o momento de agonia.

Algumas vezes, as emoções são tão fortes, que os músculos começam a se contrair, como se o fizessem em vontade própria. E os braços, mais fracos, começam a doer. Um cansaço toma conta do seu corpo e a sensação é de queda, mesmo que você esteja em pé. Em pé, como nunca esteve antes.

O pulmão é atacado porque a queda do corpo que não cai é tão brusca que nos deixa sem ar. Eles param de funcionar, como se uma pedra caísse em cima deles após horas em um mar sem fim.

E os olhos...? Os olhos choram, enquanto o coração continua batendo, forte e saudável.

domingo, 29 de março de 2009

Sensibilidade

Sensibilidade é característica importante em grandes amizades. Porque, por mais que a intimidade possa ajudar, muitas vezes é preciso ser sensível para saber o que realmente se passa na cabeça do outro, interpretar palavras, interpretar ações, ler as mensagens que o corpo envia. Às vezes as palavras são exatamente o oposto do que elas querem dizer.

Pode ser uma amizade de 10 anos, quando não se tem sensibilidade, coisas importantes podem passar despercebidas. Uma mágoa pode crescer na velocidade da luz, uma palavra pode mudar dois destinos, um momento de silêncio pode simbolizar o enterro do relacionamento.

Eu não estava lá. Eu não deveria estar lá. Mas eu estava lá. E, por mais que não faça o menor sentido, como nada que eu pudesse falar depois, aconteceu. Depois, ninguém falou o que deveria falar e todo mundo preferiu ignorar o que havia acontecido. E agora é como se estivéssemos em lados opostos da Muralha da China, ou como Coréia do Sul e Coréia do Norte, poderia ser também frio e quente, certo e errado, azul e rosa... Linhas paralelas.

Mas é amizade. E quando é amizade, há sempre uma forma de resolver o impossível. Porque o amor é egoísta demais para superar problemas, enquanto a amizade é o amor sem o ônus do ser.

quarta-feira, 25 de março de 2009

Comédias Românticas são clichês! Dã!


Nunca pensei em ser crítica de cinema, nem crítica de nada, na verdade. Não sou boa em fazer julgamentos, já que muitas vezes acho “bom” o que experimento, seja uma comida diferente, um filme ou um programa novo.

Mas sou boa observadora e sei relatar bem os fatos que presencio com certa freqüência. Estou cansada de abrir os jornais de sexta-feira e me deparar com textos de pessoas que são denominadas “críticas” de cinema, que só sabem dizer que as comédias românticas em cartaz são clichês.

Para quem conhece, assiste, gosta ou não gosta, é óbvio que 95% das comédias-românticas são compostas por clichês básicos! Não é, afinal de contas, por isso mesmo que assistimos? Porque sabemos que vamos encontrar ali o cara legal, o cara mau, a menina inteligente e má, a menina bobinha, mas bonita...

Interessante é mencionar quando uma comédia romântica foge dos clichês. Porque aí a gente pode avaliar se, mesmo assim, será interessante ver, certo?

Eu sou eclética e, apesar de não ser boa crítica ou de não ser fascinada por um estilo de filme específico, gosto de comédias românticas, dramas, comédias, terror, suspense, policial, cult, documentário... Gosto mesmo é de ir ao cinema, de ver filmes, de conhecer histórias e tentar encontrar links com a minha própria vida.

Comédias românticas eu quero ver quando estou apaixonada, quando estou triste, quando estou sozinha, quando estou na TPM... e sem os clichês, tudo muda de figura. Tenho que pensar duas vezes: será que vale a pena mesmo ver? E se o mocinho morre no final? Vai acabar com meu humor!

Comédias românticas são clichês e pronto! Chato mesmo é ler a mesma afirmação todas as sextas-feiras nos jornais!

terça-feira, 24 de março de 2009

Love Art

sexta-feira, 20 de março de 2009

Círculo de Monstros

Ontem, quando conversávamos sobre a prisão perpétua de Josef Fritzl - o austríaco que estuprou e manteve sua filha em cárcere privado durante 24 anos - tive um momento "Jesus Cristo", pensando em todo sofrimento que esse homem deve ter vivido quando era criança. Pensei "Deus nos deu o livre arbítrio e é por isso que ele foi julgado e condenado por seus atos". Acredito que a prisão perpétua tenha sido a pena correta.

Quando pensam no assunto, todos focam na menina maltratatada, que teve 24 anos de sua vida, todos, até então, vivendo sob a guarda de um monstro, como os jornais insistem em chamá-lo. Acredito que seja raro alguém pensar no que me veio à cabeça ontem. Essa menina nunca teve contato com amor, carinho, bondade. Ela não tem referência sobre esses sentimentos, o que torna sua vida praticamente fadada ao mesmo destino que teve seu pai.

Mas, então, meu marido me interrompeu e disse "Mas você mesma falou sobre o livre arbítrio, ela pode escolher ser uma pessoa boa, mesmo sofrendo tudo o que sofreu". E, sem pensar, instantaneamente respondi "a última pessoa que fez isso, morreu há 2009 anos".

É difícil superar tantas barreiras. Não é impossível, há pessoas no mundo que vivem nos provando isso. Que mesmo tendo nascido sem oportunidades, consegue ter uma vida digna. Mas sem amor? Não me vem nenhum caso à cabeça.



Há até pouco tempo, em casos como esse, eu teria dito algo do tipo "esse cara tem que morrer, sofrer tanto quanto ela sofreu". Mas algo mudou nos últimos meses. Eu acredito que cada um tem suas razões para escolher que atitudes tomar. E, para o bem ou para o mal, cada um tem que aceitar e pagar as conseqüências.



O que é certo para mim, pode não ser certo para você. O que te satisfaz, pode não te satisfazer. Então, façamos o que nossa consciência acha melhor e aprendamos a conviver com o depois.

domingo, 15 de março de 2009

T r a i ç ã o

A discussão veio à tona com a novela Caminho das Indias, que mostra uma "melhor amiga" traindo a outra com seu marido. Mas todas as matérias jornalísticas feitas após as cenas da telinha garantem que casos como esse são comuns na vida real.

Já me surpreendi com situações e pessoas o suficiente para saber que realmente é possível que coisas assim aconteçam. Mas me pergunto todos os dias se sou inocente demais quando acho que não existe possibilidade de acontecer comigo ou se acredito que as amigas que não percebem tudo acontecendo não fazem vistas grossas para algo tão simples.

Hoje, eu tenho certeza que não me enquadro na situação. Amanhã, quando uma amiga se hospedar na minha casa e tentar ajudar a arruinar meu casamento, posso ficar em dúvida. Convivência dessa forma nunca é bom, principalmente quando há crise no casamento. Nesse caso, amiga, irmã, nem mãe escapa. Qualquer uma pode apresentar um perigo diante da carência do homem e das dúvidas que surgem em relação ao amor do casal.

Acreditar nas pessoas é uma virtude. Mas desconfiar também. Há situações que pedem olhos mais abertos. Na novela, acredito que as situações sejam exageradas exatamente para configurar a situação. Mas há pistas o tempo todo. No mínimo a desconfiança por parte da mulher traída deveria acontecer.

Daí o pior: as mulheres começam a se culpar por não terem percebido o que estava acontecendo. Mas há pessoas assim. Que, como nunca seriam capazes de consumar o fato, acreditam piamente que ninguém mais seria. é uma dificuldade em se transportar para o lugar do outro, de ver a situação com olhos alheios.

Pessoas assim têm uma dificuldade maior de enxergar o mundo, porque acreditam que o mundo se resume ao que sentem, ao que pensam, ao que acreditam e ao que conhecem. Coitadas? Talvez. Mas se abster um pouquinho de si mesmo não faz mal a ninguém.

De uma forma ou de outra, muitas vezes vemos que a traição da melhor amiga é pior do que a traição do marido. E eu entendo. Os melhores amigos são supostamente indiscutivelmente eternos. Podemos mudar de namorado, mudar de marido, mudar de sexo, mas os melhores amigos estarão ali sempre.

Do marido, em nosso íntimo não conseguimos nunca confiar plenamente que ele está livre de desejos, seja por quem for. Portanto, é claro que a mágoa será maior por quem amamos incondicionalmente, certo?

sábado, 14 de março de 2009

Amor - O maior culpado


O amor é usado como principal acusado de todos esses crimes. Porque as pessoas amam, se apaixonam, sofrem, porque elas colocam o amor que têm por elas mesmas em primeiro lugar. A história não é sobre o que o outro sente, jamais. É sobre um sentimento próprio que, provavelmente, machuca de alguma forma o coração e faz com que elas tenham que colocar isso para fora, independente de quem irão machucar.

Elas não esperam a eternidade, não projetam o futuro. Elas só querem saciar sua vontade naquele exato momento, porque há um ódio camuflado de amor consumindo-as por dentro. E se não conseguirem expor tudo isso, poderiam matar a si próprias, antes de fazer mal a outrem.

O ser humano tende a ser tão explicativo sobre todos os males do mundo, que acaba se perdendo entre os tantos conceitos que ele mesmo cria para transformar em razão todas as emoções inexplicáveis.

Médicos e políticos são os mais práticos, a Igreja é a mais complicada. E entre eles, estão pessoas como eu e você, que tentam se afastar do meio dessa confusão de ideias para tentar ver a situação de uma forma mais ampla, para ver todos os lados da história, para entender porque as pessoas podem ser crueis e porque as perdoamos eventualmente.

Todos os dias vemos casos isolados nos noticiários, de estupros, de abuso sexual dentro de famílias, de padres molestando meninos, de ex-namorados matando ex-namoradas, de atentados a escolas e guerras religiosas.

Mas é um caso, de cada um dos citados acima, que ganha espaço. Há milhares e milhares de outras histórias idênticas ou similares acontecendo ao mesmo tempo. Há crianças sendo molestadas, mães que nunca vão saber, pais que nunca vão parar e que vão transformar essas crianças em pessoas iguais a eles.

A paixão que cega o menino que ama a menina que não quer mais estar com ele. Ele mata quem for preciso, porque tudo o que quer é seu amor, que sabe que não terá mais. Então, qual é o valor da vida para ele, se a sua acabou? É assim que meninos e meninas pensam hoje em dia e não há ninguém ao seu lado para explicar que a vida é assim mesmo e que ele se apaixonaria ainda muitas vezes e que faria outras pessoas sofrerem, como ele sofreu. Sem ter o desejo de fazê-lo, mas simplesmente porque não mandamos no coração.

E, em meio a todas essas preocupações, ainda temos que escutar de um padre, que supostamente existe para aliviar nossas dores, para acalmar nossas almas, para nos guiar em meio a todas as barreiras que despencam na nossa frente enquanto caminhamos, que o crime do aborto é pior que o crime do estupro.

Depois de sua afirmação, eu não tive dúvidas que esse padre molesta crianças. Porque ele acredita que Deus é capaz de perdoa-lo por isso. E se Deus perdoa, por que não acalmar seus desejos realizando-os?

Para ele, não dói a imagem de uma menina, uma criança de 9 anos de idade, que brinca com suas bonecas, que vai à praia sem a parte de cima do biquini, que toma banho com os primos, que está ainda aproveitando a parte pura da vida, sendo atacada, violentada, molestada, estuprada por um homem que deveria estar ali para protege-la, para fazer o papel de PAI!

A Igreja deveria ser abolida ou, no mínimo, reformulada. A Igreja não se adaptou à nova sociedade. Ela acha que se adaptar é se render ao mal. Ela não entende que, independente do que pensa, as pessoas vão continuar fazendo sexo por prazer, que as pessoas querem ter filhos mesmo que seus corpos não sejam capaz de produzi-los, que a sociedade está cada vez mais perto de entender o que é certo e o que é errrado, do que é fazer o bem e do que é fazer o mal.

E em pleno século XXI, 2009 anos após a passagem de Cristo pela Terra, um padre chega para tentar confundir todos os valores que temos, tudo o que acreditamos.

A camisinha salva vidas, evita o tão temido aborto que eles abominam. Estupradores sofrem de uma doença que a Igreja insiste em achar normal, como achavam quando ela foi formada, há mais de 2009 anos. Há pessoas que não podem ter filhos e há pessoas que têm e que não querem os seus, então a adoção é uma das ações mais nobres que alguém pode realizar. E isso é amor.
Amor é você querer o bem, acima de tudo. Amor é você fazer o bem, fazer alguém feliz. Amor é você abrir mão dos seus sentimentos em prol do outro. Amor é você respeitar limites, entender posições diferentes, aceitar o outro, mesmo o outro sendo diferente de você. Amor é verdade. Amor é justiça.

O amor não machuca. O que machuca é amar sem ser amado. E só.

quinta-feira, 12 de março de 2009

A EXCOMUNHÃO DA VÍTIMA


Miguezim de Princesa

I

Peço à musa do improviso
Que me dê inspiração,
Ciência e sabedoria,
Inteligência e razão,
Peço que Deus me proteja
Para falar de uma igreja
Que comete aberração.

II

Pelas fogueiras que arderam
No tempo da Inquisição,
Pelas mulheres queimadas
Sem apelo ou compaixão,
Pensava que o Vaticano
Tinha mudado de plano,
Abolido a excomunhão.

III

Mas o bispo Dom José,
Um homem conservador,
Tratou com impiedade
A vítima de um estuprador,
Massacrada e abusada,
Sofrida e violentada,
Sem futuro e sem amor.

IV

Depois que houve o estupro,
A menina engravidou.
Ela só tem nove anos,
A Justiça autorizou
Que a criança abortasse
Antes que a vida brotasse
Um fruto do desamor.

V

O aborto, já previsto
Na nossa legislação,
Teve o apoio declarado
Do ministro Temporão,
Que é médico bom e zeloso,
E mostrou ser corajoso
Ao enfrentar a questão.

VI

Além de excomungar
O ministro Temporão,
Dom José excomungou
Da menina, sem razão,
A mãe, a vó e a tia
E se brincar puniria
Até a quarta geração.

VII

É esquisito que a igreja,
Que tanto prega o perdão,
Resolva excomungar médicos
Que cumpriram sua missão
E num beco sem saída
Livraram uma pobre vida
Do fel da desilusão.

VIII

Mas o mundo está virado
E cheio de desatinos:
Missa virou presepada,
Tem dança até do pepino,
Padre que usa bermuda,
Deixando mulher buchuda
E bolindo com os meninos.

IX

Milhões morrendo de Aids:
É grande a devastação,
Mas a igreja acha bom
Furunfar sem proteção
E o padre prega na missa
Que camisinha na lingüiça
É uma coisa do Cão.

X

E esta quem me contou
Foi Lima do Camarão:
Dom José excomungou
A equipe de plantão,
A família da menina
E o ministro Temporão,
Mas para o estuprador,
Que por certo perdoou,
O arcebispo reservou
A vaga de sacristão.

quarta-feira, 11 de março de 2009

O melhor lugar do mundo


Desde pequena eu penso que temos que buscar a felicidade. Se não estamos fazendo mal a ninguém, se não estamos interferindo aonde não nos é permitido, podemos ser felizes fazendo qualquer outra coisa. E foi assim que eu encontrei o melhor lugar no mundo, para mim e o melhor lugar no mundo para mim. Com ênfase na vírgula da primeira afirmação.


Você pode não fazer nada e fazer todas as coisas ao mesmo tempo, revogar as funções mais óbvias e mais personalizadas de cada um dos seus sentidos, pode rir, chorar, pode sentar, ficar em pé, deitar e há quem consiga até mesmo levitar.


Quando eu vi a praia pela primeira vez, pensei que fosse ali. E senti a mesma coisa quando encontrei minha metade perdida. Seu colo, seu ombro, seu corpo sempre pareceram ser o lugar onde eu me encontrava, onde me conhecia por inteiro, melhor. Mas como todos os dias corremos o risco da surpresa, eis que algo ainda mais aconchegante apareceu.


Não é uma ilha paradisíaca, nem o abstrato da presença de alguém que eu amo, não é o colo da minha mãe, nem a admiração do meu pai, tampouco o aconchego da minha cama, ou de muitos outros lugares onde meu corpo já teve seus momentos de aproximação com o Nirvana.


O melhor lugar do mundo é qualquer luagr que você esteja, quando o sentimento de felicidade invade seu corpo, passa pelo seu coração e chega à sua cabeça, retirando qualquer tipo de sentimento ruim que possa estar presente. Afasta as energias, boas e ruins e faz, por milésimos de segundo, seu corpo se abster no universo.


A felicidade real faz com que lugares fiquem marcados, com ou sem imagens, mas principalmente com pelo vazio do sentimento mais cheio possível. Felicidade plena.

sexta-feira, 6 de março de 2009

Gente Fina - Martha Medeiros


Gente Fina...


Gente fina é aquela que é tão especial que a gente nem percebe se é gorda, magra, velha, moça, loira, morena, alta ou baixa. Ela é gente fina, ou seja, está acima de qualquer classificação.
Todos a querem por perto.
Tem um astral leve, mas sabe aprofundar as questões, quando necessário. É simpática, mas não bobalhona. É uma pessoa direita, mas não escravizada pelos certos e errados:
sabe transgredir sem agredir.
Gente fina é aquela que é generosa, mas não banana.
Te ajuda, mas permite que você cresça sozinho.
Gente fina diz mais sim do que não, e faz isso naturalmente, não é para agradar.
Gente fina se sente confortável em qualquer ambiente: num boteco de beira de estrada
e num castelo no interior da Escócia.
Gente fina não julga ninguém - tem opinião, apenas.
Um novo começo de era, com gente fina, elegante e sincera. O que mais se pode querer?
Gente fina não esnoba, não humilha, não trapaceia, não compete e,
como o próprio nome diz, não engrossa.
Não veio ao mundo pra colocar areia no projeto dos outros.
Ela não pesa, mesmo sendo gorda, e não é leviana, mesmo sendo magra.
Gente fina é que tinha que virar tendência.


Porque, colocando na balança, é quem faz a diferença.


MARTHA MEDEIROS

quinta-feira, 5 de março de 2009

Sometimes it looks like love

Depois de alguns anos e meses juntos, ele chegou na casa dela com um olhar estranho. Parecia que tinha lágrima, mas, ao mesmo tempo, aquela determinação dos seus passos, a forma como sentou no sofá, o fato de nem ter se aproximado para dar-lhe um beijo e não ter olhado em seus olhos como fez em todos os outros dias, centenas de dias... ela sabia que alguma coisa estava errada. Mas não quis perguntar.

Continuou arrumando a mesa do jantar e garantiu levar o tempo necessário para que seus pais descessem e eles não tivessem que ficar sozinhos e pudessem conversar. Jantaram. Conversaram sobre o de sempre. Seu pai e ele, sobre futebol. Sua mãe lhe contou como foi difícil o dia no trabalho e acrescentou algumas fofocas que ficou sabendo de suas amigas.

Após o jantar, seus pais subiram e o momento que ela tentara evitar desde o momento em que o viu, chegou.

Antes mesmo de começar a falar, seus olhos se encheram de lágrima. Ela chegou a ficar com pena, por um segundo, mas sabia que logo seus sentimentos mudariam. Ele falou um pouco sobre como ela tinha sido importante em sua vida, sobre o quanto a amava, mas estava ali partindo seu coração em pedaçoes incontáveis.

Não deu ao menos um motivo, só disse estar confuso.

Ela chorou. Chorou bastante. Porque durante todo aquele tempo que passaram juntos, em nenhum único segundo pensou na possibilidade de se separarem. Não pensava também se ficariam juntos para sempre, apenas aproveitava os momentos juntos. Mas viu que tinha acabado de perder seu amor. E, diante de motivo algum, não tinha como usar argumantos. Contra o que argumentaria?

Eles terminaram. Mas não demorou muito para que ela pudesse ter notícias dele. Estava ficando com uma menina da faculdade.

Ela chorou mais. E depois de algum tempo, começou a namorar também.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Just because I love


Ela grita com você porque gritar faz com que ela se sinta viva. Porque ela ama, porque ela sente, porque ela existe. Se ela não gritasse, teria menos respeito do mundo. Porque o mundo fala a língua do amor, porque as pessoas se importam e porque quem não se importa, não faz diferença no final das contas.


Ela fica doente, tem febre, gastrite, sua pressão cai. Porque você não está aqui para escutar o que ela tem para dizer. Porque ela te ama e você não está aqui para ouvir. Então, se ela te ama, o que é que tem? Você não sabe, então é como se o amor dela não existisse.


Então, para eu existir você tem que me ver? Acho que não, mas alguém tem que estar aqui comigo para validar minha existência... então, eu acho que sim.


Se ela sofresse, estaria mais feliz. Mas ela não sente mais essa dor, ela não enxerga mais a tristeza, porque você não está mais lá, porque vocês não estão mais lá, porque não tem ninguém onde todo mundo está.