quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Open heart


Eu fecho os meus olhos e imagino nós dois, descalços, na praia, à noite, dançando, sem música, com uma brisa batendo nos meus cabelos e você segurando minha cintura levemente. Eu penso que, nesse momento, somos só nós dois, sem angústias, sem medos, sem mágoas. Essa cumplicidade que eu vejo, esse amor ... eu não tenho dúvida. Nenhum amor no mundo é mais puro, mais real e mais bonito.

E aí eu penso que depois de dançarmos, nós vamos até o mar, de mãos dadas e sentimos a água fria batendo nos nossos pés. A lua ilumina o horizonte e atrás da gente os holofotes da praia iluminam a areia. Mas continuamos sozinhos.

Tudo o que eu quero é esquecer. Mas eu não consigo parar de lembrar. Quando você está aqui, as coisas são mais fáceis. E eu não sei dizer porquê. Acho que entendi o que eu queria dizer quando falava que você era meu porto seguro. Agora faz mais sentido do que sempre fez.

Às vezes eu penso que não adianta fazer drama e ergo a cabeça, penso nas coisas boas, penso na sorte, nos aprendizados... E esqueço, por algum tempo. Mas de repente me pego com lágrimas nos olhos e se você me perguntar eu não sei nem explicar o motivo, diante de tanta coisa que passa pela minha cabeça.

E aí eu tento voltar naquele pensamento que me faz flutuar. E eu penso novamente que eu queria que você estivesse aqui, para que meus sonhos pudessem se tornar realidade.

É engraçado pensar que, antes de acontecer tudo o que aconteceu, eu pensei que queria que fôssemos mais parceiros. Tem alguns casais que eu conheço que vão correr juntos. Outros se tornaram adeptos da mesma religião. Tem também aqueles que ficam super amigos dos amigos do outro. E nós somos tão unidos sempre, mas eu pensei que queria que fôssemos mais parceiros.

Só que involuntariamente, tudo o que eu penso sobre nós dois agora, penso que fui eu quem não fez certo. E sabe que essa é a verdade... Independente do momento em que isso está sendo dito. Eu sei que eu não me dediquei o quanto você gostaria e que demorou e custou caro para que eu entendesse o que você estava pedindo de mim.

E tudo o que eu desejo agora é que você esteja perto, para que eu possa compensar tudo o que eu deixei passar. Todas as palavras que eu pensei em dizer e não disse, todas as coisas que eu pensei em fazer, mas não fiz.

E parece mais uma vez que eu transformei tudo num grande drama. Mas eu abriria mão dele, se ele abrisse mão de mim.

Aí eu limpo a minha mente de tudo o que vem. Ela fica em branco, por assim dizer. E eu penso que o que realmente importa é que eu amo você, que você me ama e que eu posso fazer tudo certo agora, que as coisas podem ser diferentes, melhores.

Só que o medo volta. Porque o fato de você não parecer abalado com o que aconteceu me assusta. Porque eu acho que você está, mas você não consegue ver. E se isso fosse verdade, isso significaria também que talvez eu tenha ido além do limite. E talvez você não tenha me perdoado de verdade. E talvez tenha sido demais, demais para você aceitar, demais para o seu amor suportar.

E aí eu respiro fundo, fecho os olhos e tento focar na nossa praia, no nosso vento e no sorriso no seu rosto. Quem sabe as coisas não sejam mais simples do que me parecem...

Se faz diferença, eu faço questão de dizer que eu não tenho dúvida, nunca tive, que eu sou uma pessoa melhor quando estou com você. Faço questão de dizer que eu acredito muito que somos um casal especial, especial de verdade. Faço questão de dizer que, se antes eu já tinha dito que eu faria qualquer coisa para consertar possíveis danos que eu tenha causado, agora isso vale ainda mais, se é que é possível.

E aí eu penso. Não precisava de tudo isso. Bastava dizer... Eu te amo!