sábado, 27 de fevereiro de 2010

Big Fish


Quem não gosta de boas histórias? Às vezes simplesmente não tem importância se elas são verdadeiras ou não, o que importa é ouvi-la, imagina-las, pensar no que aconteceu antes, no que vai acontecer depois, na emoção dos personagens, nas lições que podemos tirar, das coisas boas, das coisas difíceis.

Estamos sempre em busca de uma verdade, sem nem entender porquê a queremos tanto! O que faz da verdade mais especial? Não estamos aqui para viver, de qualquer forma? Se o que vivemos com alguém ou com alguma coisa não foi real, mas sentimos aquela experiência como sendo real, não é isso o que importa? O mundo dos sentidos?

Nem sempre boas histórias acontecem na vida real. E ela pode ser até bem chata de vez em quando. Mas as pessoas não contam as histórias como elas acontecem, elas as contam como as vêem. E isso é o que temos de mais interessante. Nossa indiviualidade faça com que tenhamos diversas versões dos mesmos fatos e podemos torná-lo ainda mais interessante do que é ou foi, na verdade.

Eu posso dizer que fui à feira, comprei frutas e voltei para casa. Mas posso dizer também que a alegria do feirante era esplêndida e eu imagino que ele esteja assim feliz porque, provavelmente, sua filha mais velha acaba de ser pedida em casamento por um bom moço. E, ao pedi-la em casamento, propôs uma viagem em família para uma praia paradisíaca no Norte da Bahia. Como forma de presentear os pais, por levar sua filha, ele lhes deu de presente um cachorrinho, que irão chamar de Puppy.

Não é muito mais interessante do que ir à feira e comprar frutas?

As informações que adicionamos às histórias que contamos despretensiosamente são válidas. Mas somente se as contamos despretensiosamente.